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Bagacêra's

segunda-feira, 10 de outubro de 2016

GRAMADO (parte I)




Gramado é um município do estado do Rio Grande do Sul, localizado na região das serras gaúchas, é famoso por seu festival de cinema, o natal luz, as belas paisagens e pela fabricação local de chocolates e bebidas.
Apresentada a versão mundana de Gramada, vamos ao lado bagaça, eu estive lá em junho (faz um tempo, porque eu não tinha o suficiente de vergonha na cara pra fazer o post hihihi) e é claro que eu vim compartilhar os melhores lugares pra ir.

1.Lago Negro

Lago Negro no final da tarde.


É um clássico, todos que vão a Gramado têm que fazer um Check-in por lá, e quem não está sedentário pode arriscar ir andando do centro até o lago, é uma caminhada considerável, mas eu fiz e amei ir tirando foto de cada casinha fofa e lugares que eu achava bonito.

Quando cheguei por lá já estava anoitecendo, não tinha nem pedalinho L MAS o lugar ficou lindo, eu nem vou fazer muitas descrições, tá ai a foto:

E pra ficar melhor, ainda tinha um restaurante (que todo mundo correu pra lá quando o frio apertou) todo de madeira, com uma lareira, as cadeiras cobertas com pele e com uns cafés bem legais, tinha um de morango bem diferentão que parecia ser uma delicia, eu não tomei nada por lá, mas quem pediu bebida quente gostou.

2.Mundo do chocolate Lugano <3

O paraíso é por aqui, moço? Olha se não era, eu estava perto. Pra entrar é preciso comprarum ingresso, mas não é nada que custe um rim, e lá dentro é TUDO feito de chocolate, animais, monumentos históricos, pessoas, roupas, tudo! E na ala Europa tem até um rio de Veneza com gôndola de chocolate, além de degustação de chocolate ( ͡° ͜ʖ ͡°)

Fonte de chocolate na entrada do Mundo do Chocolate.
E ao sair da exposição damos de cara com a loja da Lugano, que é uma tentação huehuehue além da loja, tem um pub e restaurante MUITO legal, que eu vou falar um pouco mais depois.

3. Parque do Caracol
O parque fica em Canela, um município vizinho que é muito perto de Gramado, tem ônibus entre os dois municípios e leva em volta de 15 min pra chegar, ao chegar ao parque temos que pagar uma taxa. Lá é possível ver a Cascata do Caracol, e se derem sorte tem uma trilha que te deixa na base da cascata, infelizmente quando eu fui estava em manutenção, também existem outras trilhas, nenhuma que vá te deixar perto da base, mas a vida é isso mesmo...

Cascata do Caracol.


No parque tem várias lojinhas logo na entrada, no período em que eu fui a maioria estava vendendo roupas de frio, não sei como é nos outros períodos, mas também tinha todo tipo de lembrança de viagens.

4.Alpen Park

Gente, esse parque é uma loucura! Tem de tudo lá dentro, de montanha russa até uma trilha off-road pra andar de quadricíclos,  não deu tempo de ir em tudo, porque a gente já chegou meio tarde no parque, então eu vou falar do que eu consegui ir.

Entrada do parque.


O Alpen Blizzard foi a primeira atração que eu fui, é uma montanha russa, não é nada gigante, mas foi muito divertido, ainda mais porque eu estava com uma turma de 10 pessoas, ou seja, só deu a gente zoando lá dentro, altos gritos quando o carrinho tava descendo.

A segunda atração foi o trenó que você controla a velocidade, é uma coisa bem tranquila... Se você fica apertando o freio, se não, tem uma curva onde mandam reduzir a velocidade e se você não reduz parece que tu vai voar lá fora, ai é pura adrenalina.

A terceira foi a tirolesa, que é sem duvidas a minha atração favorita, nada no mundo paga a vista espetacular que estava no momento em que eu fui, estava me tremendo de frio, levando vento gelado na cara, mas valeu muito ter ido na tirolesa, eu repetiria infinitas vezes a experiência. E o melhor: não é só uma ida e pronto, você vai, chega do outro lado, caminha um pouco e volta de tirolesa para um lugar perto de onde estava inicialmente.
 Vista maravilhosa do vale.


E a ultima atração foi o Super Salto, que eu não vou de novo nem amarrada! Eu só não falo que nem de graça, porque já foi um presente de grego, eu ganhei de um homem que tinha que ir embora e não teve como ir no brinquedo.

 O Super Salto é dois cabos elásticos com um daqueles equipamentos que te prendem aos dois cabos, o equipamento é preso no chão e o cara que fica controlando o brinquedo faz com que os cabos fiquem tensionados, depois disso ai, só reza... Porque quando ele solta o troço que ficava te segurando, são 20 metros de altura, que teoricamente eram pra ver melhor o vale, mas que pra mim foram 20 metros de pura gritaria em cada vez que eu caia do salto, esse daí, NUNCA MAIS!

Resumindo: Segunda melhor tarde da viagem.

Começando aqui a primeira melhor tarde!


5. Museu Hollywood Dream Cars

Quem é apaixonada por carro levanta a mão aê o/  É claro que eu não ia perder a oportunidade de ver todos aqueles carros vintage lindos de morrer, de verdade, eu enlouqueci lá dentro! O ambiente é até moderninho, mas o Elvis cantando por todo o museu te transporta pra outra época.



O museu é uma loucura, só tem carro lindo, inclusive um Cadillac 1954 vermelho conversível ao melhor estilo Elvis Presley (apesar do dele ter sido rosa) que é o meu sonho, mas meus sonhos não param por ai, o Lincoln continental também ganhou meu coração, além de praticamente todos os carros do próximo museu.

6. Super Carros

Bumblebee na entrada <3


Eu não vou mentir, já cheguei lá babando em todos os carros que ficam do lado de fora! Ver aquele Audi R8 logo de cara, junto aquele Bumblebee me abestalhou, devo ter perdido 10 minutinhos lá fora só pra tirar foto.

R8 *-*


Enfim, fui entrar no museu e a minha irmã não colaborou, bateu o pé e falou que não queria ir, fiquei desesperada! A menina que ficava perto do caixa viu que eu ia embora e foi lá fazer o papel dela, expliquei que a minha irmã não queria entrar e ai veio a magia do desconto: ela fez o preço de um ingresso pra nós duas! Depois disso eu passei o dia me achando A Pechincheira...

Depois dessa enrolação, finalmente entramos no museu, foi botar o pé lá dentro e automaticamente sacar o celular, tirei foto de tudo! Era olhar pra o lado e ver os carros dos meus sonhos (no plural mesmo, porque eu não sonho baixo U.U), e claro, não podia faltar aquele carro que fez meu coração bater mais rápido que os outros: Um Aston Martin DB9 preto, que para a minha infelicidade, não estava na lista dos carros que eu poderia sonhar em dirigir/ir de carona naquele museu, mas a vida segue.


Amor da minha vida <3



7. Dreamland Museu de Cera
Depois de andar do Super Carros até o Dreamland tudo o que eu e minha irmã não queríamos era ter que se deparar com 90 conto por pessoa para entrar no museu! A gente só fez olhar pra a cara da mulher que falou o preço com cara de bunda e virar as costas... Ai veio a magia do desconto parte 2: ela deixou nós duas pagarmos 60 reais no total! Depois disso foi só alegria...

Apesar de umas 2 ou 3 estatuas serem bem tosquinhas, o resto é lindo! Inclusive, na sala dos filmes de terror eu só queria sair correndo (sim, eu sou muito cagona). Só tenho uma coisa pra reclamar: as melhores estatuas são acompanhadas de uma foto paga! Ou seja, você vê tudo de boas, mas não pode tirar uma foto com seu celular, por que tem fotógrafos pra tirar por você e na ultima sala de fotos pagas você pode adquirir elas, um saco isso... O pior é que tem umas fotos que você tá de olho fechado, espirrando... E eles nem pra falar “outra foto, aquela tava horrível”.


Agora eu vou explicar porque essa foi a melhor tarde da viajem:
Minha mãe e o resto da turma foram fazer uma rota cervejeira (inclusive, eles gostaram muito), restando só eu e a minha irmã pra ficar rodando gramado o dia todo, a gente bateu toda a Av. Borges de Medeiros (depois eu falo mais sobre as coisas que a gente viu por lá) e depois de um tempo não tinha mais nada pra fazer, então seguimos para os museus, nós andamos toda a parte da Av. das Hortênsias em que os museus ficavam.

 Como estávamos acostumadas a achar um ponto de taxi em cada esquina da nossa cidade e também tínhamos aplicativos para chamar taxi, seguimos andando em direção ao centro de Gramado, crente que íamos achar um desses pontos... Passamos o Super Carros, o Hollywood Dream Cars e nada!

No meio do caminho, liguei pra a minha mãe, mas ai vem a melhor parte: meu celular só tinha 5% de bateria! E a minha irmã não tem celular... Enfim, falei com a minha mãe e ela falou que ia mandar um taxi, a gente parou em frente a uma loja de roupas e ficou esperando... todo taxi que passava nós pesávamos que era o que  a nossa mãe tinha enviado, eis que minha mãe liga de volta falando que não existe nenhum taxi no aplicativo pra chamar taxi.

Nesse meio tempo minha irmã tinha enlouquecido! Quando eu viro pra falar a ela mais essa noticia (depois de ter tido  uma crise de riso sem fim por ter que imaginar ir até o centro andando naquele frio infeliz), eu vejo minha irmã conversando com um pombo! Ela se apresentou, puxou conversa com ele, perguntou como ele tava, como andava a vida de pombo... E eu claro, filmei tudo hihihihihi

Depois de tudo isso a gente não podia olhar pra a cara da outra sem rir, era impossível! Um frio danado e a gente seguiu até um posto, que era o estabelecimento aberto mais próximo, ai veio a luz no fim do túnel: pedi pra o cara da conveniência chamar um taxi, e graças a Deus a gente chegou no centro! O melhor: a gente andou tudo aquilo e não devia tá ne na metade do caminho, mas valeu apena toda a loucura que nós passamos, aprendemos que em gramado é sempre bom ter o número de um taxi da região na sua agenda.

Chegamos ao fim da primeira parte dessa viagem doida, talvez o resto seja mais normal, mas eu não garanto nada!


-B.G.
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domingo, 7 de agosto de 2016

CASO MOSBY - CAPÍTULO 5



CAPÍTULO 5


AMÉLIA


 - Hm. Tá horrível! – torci a cara ao tomar meu primeiro e último gole daquele cappuccino terrível que Tyler havia preparado para mim.
- Você é sempre assim tão rabugenta de manhã cedo? – ele pareceu ofendido.
- A culpa não é minha se você me fez essa porcaria aí, e eu ingenuamente tomei. Não confiar em Tyler com bebidas e comidas. Anotado. – me levantei para jogar aquilo fora e preparar outro.
  Quando voltei, meu parceiro estava debruçado na minha mesa com os olhos vidrados em meu computador.
- Você tava fuçando nos subsolos do facebook? – ele me encarou por um instante e depois voltou a se concentrar na tela em sua frente – Quem é Denis? E porque você está stalkeando ele? É por isso que você tá um porre hoje?
  Eu senti que aquelas perguntas deveriam ter me irritado, mas só me fizeram perceber que eu realmente estava um saco, e me irritando até com o vento.
- Desculpe, de fato eu estou sendo meio chatinha hoje, hehe. Hoje não é um dos melhores dias e sinto que estou descontando em você. Um pouquinho. – não consegui olhar Tyler nos olhos, então me concentrei em encarar o seu denso cabelo negro.
- Você não respondeu nenhuma das perguntas.
- Já disse que seu cabelo é muito preto? – falei pegando em uma das suas mechas e ele rapidamente ficou desconfortável, e saiu da minha cadeira.
- Aparentemente, você é ótima em mudar de assunto – ele murmurou e saiu.   


TYLER

  Amélia estacionou o carro em frente a um luxuoso prédio de cindo andares, que parecia ser todo de vidro, as janelas mostravam o contidiano dos trabalhadores e toda aquela correria ambiciosa. Duas viaturas policias já estavam estacionadas lá na frente.
- Será que vamos encontrar algo de interessante? – perguntei tirando o meu cinto – E sobre aquele Newton?
- Mandei os policiais Roberto e Júnior em seu apartamento, ele estará sendo mantido lá na delegacia até interrogarmos ele. Depois decidimos o que faremos. Mas de uma coisa eu sei, aquele tal de Newton é um forte suspeito.
  Subimos ao quinto andar onde estava localizadao o escritório de “Edgar A. Mosby, advogado criminalista”.  Na porta branca e moderna estava um aviso policial, entramos e os policias já estava fazendo o seu trabalho.  Coloquei as luvas e fui procurar em uma sala cheia de livros grandes e velhos, cheios de mofo.  Meu nariz começou a coçar.
- AAAATCHINNN – pulei com o espirro, assustando um dos oficiais que passava pela porta – desculpa – falei sem graça.



AMÉLIA


  O escritório sem dúvidas possuía um ar de modernidade, móveis brancos com detalhes prateados, plantas artificiais, quadros abstratos   e computadores ponta de linha tanto na recepção, como na sala privada do Mosby.
  Não havia nada que nos chamasse muita atenção. Foi fácil encontrar a ficha contendo as informações da recepcionista que trabalhava para para vítima, uma mulher chamada Biancão Neves, que morava quase fora da cidade.
- AMÉLIA! – Tyler gritou da outra sala – vem cá, rápido!
  Corri para a sala que servia como um depósito e lá estava Tyler, em um dos cantos da sala virado de costas.
- O que foi?
- Olhe isso – em seguida, ele ergueu um pendrive preto pequeno. Nele havia um pequeno desenho de um olho.
- É o mesmo desenho daquele colar que achamos no apartamento do Newton.
- Sim – Tyler parecia empolgado – E o que quer que esteja aqui ele queria esconder muito bem. Estava dentro de um dos livros de advocacia, muito escondido, quase passou despercebido por mim.
- Hmm – olhei o objeto com calma, esse caso estava ficando cada vez mais complexo – vamos dar uma olhada.
  Fomos até a próxima sala. Era o escritório do Mosby, onde quase todos os móveis eram pretos e feios, mas provavelmente valiam uma fortuna. Colocamos o pendrive no computador e logo ouvimos o bip que significava que havia conectado. De repente a tela ficou toda preta e vários números e letras passavam rapidamente, como códigos de computador. Por um segundo eu pensei que havia dado erro ou algo assim, mas logo em seguida uma música clássica bizarra começou a tocar, me deixando arrepiada. Era um disfarce.
- Mas o que porra é essa? – Tyler murmurou.
- Parece que temos uma informação interessante aqui – tirei o pendrive e coloquei em uma sacolinha – Acho que vamos ter que mostrar isso aqui ao Hank.
- Ah cara... Eu odeio o Hank.


   Paramos em frente a imensa porta de vidros com maçanetas de ouro.
- O senhor e a senhora vão entrar? – um jovem esguio com cara de bebê perguntou educadamente. Ele vestia um uniforme vermelho que o fazia parecer um soldadinho. Balancei a cabeça positivamente e ele abriu a porta.
  Assim que entramos por aquela porta senti o nome DUBAI brilhar na minha mente. Aquele lugar era tão... Dubai.   Pessoas iam e voltavam, conversas frenéticas em todos os lugares, pessoas ricas tomando café com pó de ouro acompanhado de bolinhos que custavam nada mais que o olho da cara.
- Então aqui é o Alca Plaza – Tyler olhava com admiração ao grande lustre no teto da recepção. – O que vamos falar na recepção?
- Olha não to afim de fazer tumulto – sorri – E acabamos de achar a oportunidade perfeita – o recepcionista havia acabado de mudar, de uma senhora com aparecia de rabugenta  para um homem atrapalhado e desorientado – Mantenha a pose – pisquei.
  Empurrei meu parceiro para a bancada da recepção.
- Olá, boa tarde – sorri , bem slutty – Eu não quero de incomodar, então vou ser bem breve. Eu perdi o cartão de acesso do meu quarto, 3208. Você pode me dar outro?
- Ah claro, só um instantinho – ele sorriu.
- Pateta – murmurou Tyler e eu dei uma cotovelada nele no mesmo segundo.
- Aqui está, Senhora Mosby. De acordo com o computador a última vez que a senhora veio foi no ano passado, talvez não tenham preparado o quarto ainda. A senhora gostaria de aguardar?
- Ah não, não. Não é necessário. Eu ligo depois.
- Ok.
  Andamos rapidamente até o elevador onde um senhor idoso sentava num banquinho dourado.
 - Qual quarto?
- 3208 – disse, de repente o senhor pareceu estar extremamente incomodado com a nossa presença. Ele pegou uma chave do bolso e abriu uma portinhola no painel, lá havia somente um botão verde, o qual ele apertou.
  O elevador começou a subir e foi até o 31° andar e parou, a porta se abriu.
- Não é aqui –  disse o senhor . A porta se fechou novamente e subimos mais um andar.
- Aqui estamos.
  Saímos do elevador e entramos no corredor escuro. As luzes se acenderam uma a uma como em um filme de terror. Havia um longo corredor e uma porta dourada no final.
- Que estranho – comentei.
- Pense. – Tyler respirou fundo – Então, Senhora Mosby? De quem será que ele estava falando? Mosby tinha uma esposa? Até onde eu sei ele é solteiro, nem um registro de casamento nem nada. E o que foi aquilo no elevador? Também percebeu?
- Aparentemente estamos em um andar secreto, indo para um quarto secreto. Acho melhor termos cuidado – puxei minha arminha de estimação do blazer.  
  Passei o cartão na fechadura eletrônica que desbloqueou a porta no mesmo momento. A luz  do sol que iluminava o quarto pelas cortinas rasgadas me cegou por um instante.
- Amélia – Tyler estava no meio do quarto.
  Não havia móveis, não havia nada. Mas haviam fotos da vítima em seus últimos momentos de vida espalhadas pelas quatro paredes. Centenas delas. Imagens de Edgar Amadeus Mosby andando na rua escura, de seu olhar temeroso, escondido por entre as sombras, andando rápido, parado, correndo, caindo, morto. Um calafrio percorreu todo o meu corpo.
 – O que está acontecendo?
  
     
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sábado, 16 de julho de 2016

CASO MOSBY CAPÍTULO 4



CAPÍTULO 4

AMÉLIA

A sala parecia estar fria por dentro, a mesa metálica e a iluminação cegante davam essa impressão. Eu olhava a inquietação de Shirley através do espelho falso, enquanto esperava meu colega. Já fazia quase meia hora que havíamos deixado ela sentada naquela cadeira dura.
- Então – Tyler pareceu ter brotado do meu lado com uma pasta amarela, não muito cheia – Rafael Costa de Lima, brasileiro, chegou aqui em 2012. Imigrante legal. Sem antecedentes. Só uma multa de trânsito em maio de 2014. – Ele fechou a pasta e a segurou debaixo no braço – Eu não acho que ele tem alguma coisa a ver com o homicídio.
- Nem eu. Mas temos que interroga-lo. Eu estou mais preocupada com o tal de Newton. – desviei a atenção para a sala novamente – Conseguiu alguma coisa sobre ele?
- Não muito. Ele é daqui mesmo. Fariq Abdul Bassam, 33 anos.
- Hã.
- Vamos?
  Entramos na sala. Gelada como eu imaginava. Tyler jogou a pasta brutamente na mesa fazendo Shirley pular alguns centímetros sobre a cadeira. Sentamos em silêncio e a encaramos.
- Shirley – comecei – pode começar explicando porque diabos tem um esconderijo secreto por trás daquele quadro esquisito no seu cabaré.
- O que? Um esconderijo? Eu juro que não fazia ideia. O que tinha lá? Como eu já disse não costumo entrar naquela sala.
- Por que eu não acredito nisso? – Tyler murmurou, porém alto o suficiente para Shirley ouvir e surtar.
- É sério, eu juro. Já foi sorte o suficiente a sala estar aberta. Somente Newton entra lá, e ele não gosta que ninguém mais entre, então normalmente ele leva a chave com ele. Mas ele não está aqui na cidade, ele está viajando. Ah meu Deus, por favor, eu não fiz nada. Eu mal falava com Mosby. Não tenho motivos para matar nem ele nem ninguém.
- Viajando?
- É, eu não sei para onde. Não faço a menor ideia. Mas sei que ele não está na cidade.
- E a família dele?
- Bom, até onde eu sei, ele só tem uma tia, que mora em Abu Dhabi.
- Hum.
- Ok. Já temos o suficiente. – me levantei e Tyler me seguiu.
- Mas, espera, e eu? – Shirley se desesperou.
- Está liberada, Senhora Shirley. – falei.
- Diga para manterem o olho nela – Tyler sussurrou e saiu.
   

- Tem certeza sobre isso? – Tyler choramingou – E se descobrirem? Você sabe que nós seriamos demitidos na hora, né? O chefe já não gosta de mim, ele está doido para me mandar para o olho da rua, ah sim, eu aposto.
  Subíamos as escadas do luxuoso prédio em que o tal de Newton morava, seu apartamento ficava no décimo oitavo andar. Nós ainda estávamos no quinto e eu já estava morrendo.
- Relaxa – falei arfando – Como é que você consegue?... não tá... nem... suando.
- Eu não sou um sedentário como você. Já ouviu falar em um lugar chamado academia? – ele me olhou como se eu fosse uma criatura grotesca, e o pior que eu não podia culpa-lo, eu estava arfando demais, parecia uma cachoeira de suor e minha voz estava falha, comecei a me lembrar das aulas de educação física da época de escola, e como eu as odiava.
- HA HA – OK, eu parecia uma louca – Acho que me arrependi de não ter ido pelo elevador.
- Mas você disse “é melhor irmos pelas escadas, pode haver uma câmera no elevador”. – disse num tom de voz extremamente agudo.
- Eu sei o que disse – o interrompi – Mas agora isso não parece ter importância.
- Nãaaaooooo, imagina... Só os nossos empregos estão em jogo. Enfim, aguenta firme, só faltam quatro andares.
  Finalmente chegamos ao maldito andar e eu não conseguia mais sentir minhas próprias pernas. Entrei no corredor silenciosamente, havia duas portas, uma em cada extremidade.
- Apartamento 1801 – sussurrou Tyler.
- Será que tem alguém dentro do outro apartamento? – me perguntei. Tyler rapidamente cruzou o corredor e encostou o rosto delicadamente na porta. Seu rosto transpareceu o nervosismo e sua cabeça sinalizou positivamente.
  Peguei o kit de abrir fechaduras e comecei a tentar abrir aquela porta. As vozes do outro lado da porta vizinha começaram a se intensificar, serio que aquele povo havia decidido sair agora? Tyler respirava pesadamente por cima do meu ombro. Conseguíamos ouvir o barulho de chaves tintilando. Ouvi o estalo a tranca desbloqueando e girei a maçaneta desesperada. Estávamos dentro. 
  - Apartamento chique para um dono de um estabelecimento acabado feito aquele, não acha?
- Sim – de fato apartamento era muito extravagante, cheio de objetos decorativos grandiosos como uma mini cachoeira em um dos cantos da enorme sala e uma estátua de um cachorro branco gigante como o do Joey em Friends, tinha também uma televisão quase do tamanho a parede e quadros coloridos da Marilyn Monroe e do David Bowie por toda sala de jantar. – Algo não se encaixa.
- Esse local é enorme. Melhor começarmos a procurar.
  Vasculhamos o apartamento inteiro de ponta a ponta e não encontramos nada suspeito, e acredite havia umas coisas bem estranhas naquele lugar.
- Olha o que eu achei – Tyler saiu gargalhando com uma máscara preta de látex na cara, ela tinha spikes dourados espalhados.
- IIIUUU – encostei em uma parte suja e rapidamente limpei na manga do meu parceiro - ela é grudenta. Cara, guarda isso. Esse Newton tem cara de ter uns fetiches bem... peculiares – lembrei de uma sessão um tanto incomum em seu closet que eu desejava não ter visto.
  De repente ouvimos uma voz alta vindo do corredor.
- Como assim já é a terceira vez eu ela falta? Ela tem que fazer o checkup todo mês.
  Olhamos espantados um para o outro e começamos a correr a procura de um canto para nos escondermos.
  - Amélia – Tyler sussurrou sinalizando para que eu entrasse por uma porta no corredor, ela parecia estar escondida no painel que revestia as paredes dos corredores.
  A pessoa começou a abrir tentar abrir a porta, corri para dentro do que parecia ser um closet.
- Ela está sob supervisão, não é? Quem? Saraiva? E onde essa criatura está? Olha amanhã a gente resolve isso melhor, certo? Não me incomode mais por hoje. – Newton suspirou alto e pulou no sofá. A televisão foi ligada e passava o que parecia ser um jogo de basquete.
- Será que é o Newton? Check up? Do quê ele está falando? E quem é esse Saraiva? – sussurrei para Tyler que tirou seu precioso bloquinho e começou a fazer anotações. Ele ainda vestia aquela máscara esquisita, o que me causou arrepios, eu estava presa com ele em um local pequeno e escuro, somente iluminado pela luz fraca da tela do meu celular que estava bem próximo de descarregar. Era assustador.
- Você procurou por esse lugar? – perguntei.
- Não, nem havia notado essa porta, ela está muito camuflada.
- Hum, talvez nosso cara esteja escondendo algo aqui – “Finalmente”, pensei. Comecei a tatear pelas paredes de madeira e Tyler estava revistando uns casacos pesados que Newton mantinha lá.  
- Psiu – passei mão novamente por aquele local. Sim, era um pouco mais elevado, rapidamente encontrei uma irregularidade na superfície e sacrifiquei minhas unhas na tarefa de abrir aquilo. O pedaço de madeira caiu em minhas mãos revelando o fundo falso. Enfiei minha mão lá dentro com medo do que pudesse encontrar, e tremi quando senti algo gelado e sólido. Puxei o que parecia ser um medalhão. Ele era em formato de olho e possuía um rubi em seu centro, atrás tinha uns números gravados.
- 07425607.
- O que isso significa?


  Já fazia horas que estávamos ali sentados naquele chão frio, meu celular havia finalmente descarregado e nós não sabíamos que horas eram, a última vez que olhei tinha dado 21:30. Newton havia passado para o seu quarto fazia apenas vinte minutos.
  Eu não conseguia parar de olhar apara aquele olho e os números, o que seriam? Tyler já havia feito uma lista de todas as coisas possíveis. Embora nós nem tivéssemos certeza de que aquilo tinha alguma importância ou não. Poderia não significar nada. Poderia simplesmente ser só um colar qualquer. No entanto as circunstâncias diziam o contrário.
  Ouvimos roncos alto vindos do fundo do apartamento.
  - Vamos – me levantei. Balancei o ombro do Tyler quando percebi que ele havia cochilado – Ei, Brandon, acorda.
  Saímos cuidadosamente do closet e em seguida do apartamento. Descemos as escadas em silêncio.           


   Apesar do barulho intenso no andar de cima, a única coisa que se podia ouvir naquela sala fria e escura era a sua respiração pesada. Todas as oito telas na parede a sua frente mostravam as mesmas duas pessoas em diferentes ângulos. O som dos passos se aproximando não lhe tirara o foco nem por um segundo, a sede de vingança tinha lhe despertado um lado que nunca imaginara ter, era como estivesse se apaixonando. Se apaixonando pela sensação de poder.
  - Eles caíram, Mestre? – a voz rouca de Morgan preencheu o silêncio que pairava naquela sala por horas.
  - Ah, sim. Tudo como planejado. – sorriu.
         


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Marcadores: Histórias

sexta-feira, 15 de julho de 2016

MAGYA DO MÊS DE JULHO: REEVE CARNEY










 Nesse mês de julho aproveitamos para homenagear o motivo de gritinhos histéricos (não, não só nossos, tenho certeza que todo mundo faz isso) quando assistimos Penny Dreadful. REEVE JEFFERSON CARNEY, todo mundo! Yay! 
  Nascido em 1983, na concrete jungle where dreams are made of, sim, o bofe é New Yorker, além de ator, ele também é músico, inclusive já rolou até parceria com o Bono e The Edge na adaptação musical do Homem-Aranha, "Rise Above" . Aproveitando o gancho, o boe fez o papel do Homem-Aranha no musical da Broadway "Spider-Man: Turn Off the Dark"  (chic, hein). Em 2014, ele deu vida ao personagem do Dorian Gray (s2 s2) na série produzida por John Logan e Sam Mendes, Penny Dreadful. 
  Reeve também fez o papel de par romântico no clipe de "I Knew You Were In Trouble" da quebradora de internet Taylor Swift. Bem hipster, bem hot. 

Reeve Carney como Homem-Aranha.


Reeve como Dorian Gray.








Reeve no clipe da Taylor Swift.


Por J.D. e B.G.



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Marcadores: Magya do Mês

domingo, 3 de julho de 2016

GAME OF THRONES - BRAN STARK SENHOR DA LUZ?


GAME OF THRONES: BRAN STARK SENHOR DA LUZ?



Bran Stark poderia ser na verdade o misterioso Senhor da Luz?

*Contém SPOILERS


O Senhor da Luz, Deus Vermelho, Deus do Fogo, Lord of Light ou R’hollor, é o deus da flama e da sombra. Deus dos Sacerdotes de Fogo (Melisandre), é amplamente adorado no continente de Essos, bem comum nas cidades livres e a sua religião se estende até Asshai, no leste distante. No entanto, é pouco conhecido em Westeros.  

  É fato que um dos principais focos da sexta temporada é a habilidade que Bran tem de ver o passado e o futuro quando toca em um represeiro, e também de influenciar o passado, e como exemplo disso temos o Hodor e os sussurros que o jovem Ned Stark achou ter escutado quando Bran visitou a Torre da Alegria. Os sussurros são extremamente importantes para essa teoria.
Uma das evidências da expansão que o poder do Bran pode ter é vista quando ele é tocado pelo Rei da Noite e quando ele volta à Winterfell do passado e vê o jovem Walder, que era uma criança saudável, até se tornar uma vítima do uso irresponsável do poder por Bran Stark e só conseguir falar “Hodor” pelo resto de sua vida (a história é melhor explicada durante o episódio “The Door”, 6x05). O que podemos concluir com essas passagens seria que o Bran consegue projetar-se ou materializar-se fisicamente no passado e no futuro podendo altera-los. Então ele consegue viajar no tempo? Basicamente.



  Outro momento que evidencia isso é quando Bran visita a Torre da Alegria e chama pelo seu pai, Ned Stark, que vira pensando ter ouvido um sussurro (episódio “The Oathbreaker”, 6x03), além disso, nos livros As crônicas de gelo e fogo  é dito que as pessoas em Westeros, algumas vezes, escutam sussurros pelos ventos ou pelas faces dos represeiros, mas elas pensam que as vozes são dos velhos deuses. Estariam elas enganadas e a voz que sussurra para as pessoas de Westeros na verdade pertence à Bran?




  Um outro exemplo se passa no primeiro livro da série escrita por George R.R. Martin, A Guerra dos Tronos, quando Jon Snow está andando pelo Bosque Sagrado com Ned, quando ele pensa ter ouvido um outra voz. Teria sido Bran projetando-se no passado?


  Se vamos mergulhar no assunto, um belo exemplo seria o Rei Louco, que era conhecido por ouvir vozes o tempo todo, que o diziam “Burn them all”, em português, “Queime a todos”, e eventualmente o rei Aerys II Targaryen enlouqueceu, o que levou a Jamie Lannister a assassina-lo. Teria sido Bran sussurrando coisas ao Rei Louco? Levando ao desenrolar de toda a trama dos livros?


 Nos livros também vemos Daenerys Targaryen ouvir sussurros ao vento, porém não há nem um represeiro em Meereen, já que muitas dessas árvores foram cortadas porque poucas pessoas seguem a religião dos velhos deuses. Poderia Bran, ao longo do tempo, aprender a viajar ao passado e futuro sem precisar encostar em um represeiro? Ou a se comunicar através dos elementos? Vimos sussurros nos ventos, nas flamas (por Melisandre e Varys), será possível que no futuro da série e/ou dos livros, veremos esses sussurros virem da terra ou da água?


  Até onde os poderes de Bran vão? No quinto episódio da 6°temporada vimos Leaf, uma das filhas da floresta, falar para Bran que elas criaram os Outros (White Walkers) para se proteger de “Você”, diz e olha para Bran, e logo em seguida fala “mankind” (humanidade). Poderia ser possível que Leaf na verdade estava se resferindo a Bran especificamente? Seria Bran tão poderoso, capaz de voltar aos tempos dos Primeiros Homens? Ele disse a Brandon, o Contrutor, para contruir a muralha?  



  Isso nós leva a pensar, será possível que Bran Stark é o verdadeiro vilão de Game of Thrones? Seria ele o responsável por cada evento negativo no desenrolar da história? Sabemos que ele se tornou o Corvo de Três Olhos antes mesmo de aprender a usar seus poderes propriamente, e que ele pode exercer influencias no passado. Ele poderia muito bem abusar de seus poderes.  


  Bem, essa foi uma ideia do que pode acontecer no futuro da série e/ou dos livros, não é uma teoria muito conhecida e chega a ser meio duvidosa de primeira. Mas eu realmente acredito na possibilidade disso acabar se realizando, ou algo similar.
    
Por J.D.


Postado por Unknown às 19:28 Nenhum comentário:
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